Entrevista ONIP – Edilson Baldez, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema)

Desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás passa pela exploração da Margem Equatorial

O desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás passa pela exploração da Margem Equatorial. A afirmação é de Edilson Baldez, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA), federação associada à ONIP desde 2024.

“O estado do Maranhão possui grande potencial e deve ser forte parceira nesse processo produtivo”, avalia, em entrevista exclusiva para o ONIP Entrevista.

Para o executivo, a indústria precisa deixar de ser vista como inimigo das questões ambientais. “Nenhuma indústria deseja destruir o meio ambiente, como parecem ser as visões de quem faz regulamentações ambientais sempre e cada vez mais restritivas”, observa.

Baldez destaca ainda, durante a entrevista, o papel de protagonismo da Organização na indústria de petróleo e gás:

“A ONIP é um fórum natural de desenvolvimento de competências e de aproximação dos interesses de empresas fornecedoras e compradoras. Um elo de união da cadeia produtiva de petróleo e gás”, afirma.

Na opinião da Fiema, quais são os principais os desafios da indústria brasileira de petróleo e gás, hoje?

Sem qualquer pretensão de estabelecer alguma hierarquia entre eles, pode-se dizer que os principais desafios enfrentados pela indústria brasileira de petróleo e gás se resumem em superar as questões ambientais impostas por instituições das mais diversas origens, inclusive do próprio governo federal, uma vez que elas se mostram vez mais rigorosas e isso dificulta o ambiente dos negócios. 

O fator mudanças climáticas vem sendo usado como argumento para várias imposições, grande parte delas sem a necessária comprovação científica, principalmente quando se refere à exploração e produção de petróleo e gás. Além disso, é preciso estimular os investimentos na descarbonização no setor industrial em linha com movimento mundial de redução do Gases de Efeito Estufa (GEE).

Outro desafio diz respeito à necessidade de equacionar custos e preços, diante da dinâmica do mercado nacional e paridade internacional de preços. Entende-se que um ambiente de baixos custos deve contribuir para uma política mais justa de preços.

Quais as principais oportunidades hoje e nos próximos anos?

As principais oportunidades atuais e nos próximos anos se acham na necessidade de uma readequação da matriz energética nacional, com a ampliação de oportunidades ou alternativas de fontes limpas e complementares de energia para variados tipos de indústria. Isto não se dará, evidentemente, a curto prazo, mas não pode ser deixado para segundo plano.

O desenvolvimento tecnológico e as pressões ambientais devem induzir essa readequação de ofertas.

Qual a importância e o papel da ONIP para a indústria nacional de petróleo e gás?

A ONIP, desde sua criação, se propôs a exercer um papel de protagonismo no mercado de petróleo e gás, operando como um fórum natural onde se possam desenvolver competências, melhor visualização do mercado, ante a necessidade de geração de ganhos de produtividade e competitividade no mercado nacional e exportador.

Isto implica na melhoria do ambiente de negócios, aproximando interesses das empresas fornecedoras e compradoras, na união de todos os elos da cadeia produtiva de petróleo e gás, uma vez que os impactos em cadeia são mais expressivos.

Que temas precisam ser debatidos e quais ações e iniciativas deveriam ou precisam ser desenvolvidas nos próximos anos, para alavancar a indústria nacional de petróleo e gás?

 Diante da força que vem sendo atribuída aos fatores de mudança climática, como argumento para várias restrições produtivas, parece cada vez mais importante exaurir a discussão das questões ambientais, principalmente em razão da inevitável necessidade de exploração de petróleo e gás na Margem Equatorial Brasileira, o que pode mudar a economia de vários estados do Norte e Nordeste brasileiros. 

O desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás e todos os seus efeitos para frente e para trás, sobre outros setores, passa pela exploração da Margem Equatorial.

O estado do Maranhão possui grande potencial e deve ser forte parceira nesse processo produtivo.

Esta discussão se justifica, ainda, na falta de unidade de pensamento e conduta nas próprias equipes do governo central e a economia industrial precisa deixar de ser vista como inimigo das questões ambientais. Nenhuma indústria deseja destruir o meio ambiente, como parecem ser as visões de quem faz regulamentações ambientais sempre e cada vez mais restritivas.