Entrevista ONIP – Leonardo de Paula, gerente Executivo de Relações Institucionais e chefe de Gabinete da Presidência da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes)

Representação da ONIP é vital para influenciar políticas públicas, regulamentações e decisões que afetam o setor

A Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) desempenha um papel crucial na promoção e desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás no Brasil, afirma Leonardo de Paula, gerente executivo de Relações Institucionais e chefe de gabinete da Presidência da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), federação associada à ONIP desde 2019.

“A Organização atua como parceira da Federação, articulando interesses conjuntos nos temas do setor de petróleo e gás junto ao governo, reguladores e outras entidades. Essa atuação é vital para influenciar políticas públicas, regulamentações e decisões que afetam o setor “, avalia, em entrevista exclusiva para o ONIP Entrevista.

Na entrevista, Leonardo destaca as oportunidades para a indústria brasileira de petróleo e gás, tanto no presente quanto nos próximos anos

Na opinião da Findes, quais são os principais os desafios da indústria brasileira de petróleo e gás, hoje?

A indústria brasileira de petróleo e gás enfrenta desafios que vão da regulação e burocracia excessiva à necessidade de qualificação de mão de obra.

Temos uma regulação complexa e uma burocracia excessiva que dificultam a agilidade dos processos e a atração de novos investimentos. Daí, a necessidade de simplificação das normas e procedimentos é frequentemente debatida.

A falta de investimentos adequados em infraestrutura, como portos, rodovias e ferrovias, é outro desafio significativo. A infraestrutura deficiente impacta diretamente a eficiência e a competitividade do setor.

É importante também investir em inovação e tecnologia para aumentar a eficiência operacional e a sustentabilidade da indústria. A adoção de novas tecnologias, como a digitalização e a automação, é vista como crucial para o futuro do setor.

As questões ambientais e a necessidade de operar de maneira sustentável são desafios constantes. A Findes tem enfatizado a importância de adotar práticas que minimizem o impacto ambiental e promovam a sustentabilidade.

A formação e qualificação da mão de obra também são aspectos críticos. A Findes tem se dedicado a promover a educação e a capacitação profissional para atender às demandas da indústria de petróleo e gás, garantindo que haja profissionais qualificados disponíveis.

A política de conteúdo local, que exige a utilização de produtos e serviços nacionais na exploração de petróleo e gás, é também um tema recorrente. A Findes debate os prós e contras dessa política, destacando a necessidade de um equilíbrio que promova a indústria local sem prejudicar a competitividade. A Federação continua a trabalhar para encontrar soluções e promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da indústria de petróleo e gás no Brasil.

Quais as principais oportunidades hoje e nos próximos anos?

A Findes tem destacado várias oportunidades para a indústria brasileira de petróleo e gás, tanto no presente quanto nos próximos anos. 

As descobertas no pré-sal oferecem uma enorme oportunidade. A exploração dessas reservas pode aumentar significativamente a produção nacional e atrair investimentos estrangeiros.

O avanço tecnológico, especialmente em áreas como a digitalização, automação e inteligência artificial, proporciona oportunidades para melhorar a eficiência e reduzir custos operacionais. A Findes destaca a importância de investir em pesquisa e desenvolvimento para se manter competitivo.

A transição para uma matriz energética mais sustentável é uma oportunidade para diversificar as operações e investir em energias renováveis. A indústria de petróleo e gás pode se beneficiar ao investir em biocombustíveis, energia eólica e solar, alinhando-se com as metas globais de redução de emissões de carbono e no Espírito Santo temos vocação local para o desenvolvimento deste portfólio.

O mercado de gás natural no Brasil também apresenta oportunidades significativas, especialmente com a construção de novas infraestruturas de transporte e distribuição. O gás natural é uma alternativa mais limpa e pode desempenhar um papel crucial na transição energética.

Além disso, as reformas regulatórias em andamento, que visam simplificar processos e reduzir a burocracia, são vistas como oportunidades para melhorar o ambiente de negócios. Essas mudanças podem atrair mais investimentos e facilitar a entrada de novos players no mercado.

Estabelecer parcerias estratégicas com empresas estrangeiras pode trazer novas tecnologias, conhecimentos e investimentos para o Brasil. 

E investimentos em infraestrutura, como terminais portuários, oleodutos e instalações de armazenamento, representam oportunidades para melhorar a logística e a eficiência operacional. Isso pode reduzir custos e aumentar a competitividade do setor.

Que temas precisam ser debatidos e quais ações e iniciativas deveriam ou precisam ser desenvolvidas nos próximos anos, para alavancar a indústria nacional de petróleo e gás?

Para alavancar a indústria nacional de petróleo e gás nos próximos anos, diversos temas precisam ser debatidos e ações e iniciativas devem ser desenvolvidas. 

Em Regulação e Políticas Públicas é preciso simplificar normas e procedimentos regulatórios, garantir estabilidade e clareza nas políticas fiscais e tributárias e promover a revisão da política de conteúdo local para encontrar um equilíbrio que promova a indústria nacional sem comprometer a competitividade.

Na área de Inovação e Tecnologia é preciso incentivar a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) em novas tecnologias, como digitalização, automação e inteligência artificial e articular parcerias entre empresas, universidades e centros de pesquisa para fomentar a inovação.

É preciso também consolidar estratégias para diversificar a matriz energética, incluindo investimentos em energias renováveis como eólica e solar, buscando o desenvolvimento de tecnologias e mercados para gás natural como combustível de transição.

Nesse contexto, qual a importância e o papel da ONIP para a indústria nacional de petróleo e gás?

A Findes é associada da ONIP desde 2019 e sempre esteve muito presente e participativa na Organização. Sendo o Espírito Santo o terceiro maior estado produtor de petróleo e gás natural do Brasil, para nós é importante a proximidade com a ONIP para o apoio mútuo ao setor. Neste ano estivemos juntos na OTC de Houston, e vamos desenvolver outras ações em conjunto.

A Organização desempenha um papel crucial na promoção e desenvolvimento da indústria nacional de petróleo e gás no Brasil. A ONIP é uma entidade que representa e apoia as empresas do setor, buscando fortalecer a cadeia de valor e garantir o crescimento sustentável da indústria. 

A Organização atua como parceira da Federação, articulando interesses conjuntos nos temas do setor de petróleo e gás junto ao governo, reguladores e outras entidades. Essa atuação é vital para influenciar políticas públicas, regulamentações e decisões que afetam o setor.

A ONIP é também um dos principais promotores da política de conteúdo local, que busca aumentar a participação de empresas brasileiras na cadeia de suprimentos da indústria de petróleo e gás. A Organização trabalha para garantir que as empresas nacionais tenham oportunidades de fornecer bens e serviços ao setor, fortalecendo a economia local e gerando empregos.